sexta-feira, 16 de julho de 2010

Surdocegueira e a comunicação


Feche os olhos, tape os ouvidos e imagine toda a sua vida assim!
Quem lê este artigo, talvez não saiba que existem pessoas que não têm a mesma possibilidade de enxergar, que convivem diariamente com a ausência de cores e luzes; ainda temos pessoas que além de não ver, também não conseguem ouvir, identificar os sons; esses fatores podem isolá-las do convívio social.
É nomeado surdocegueira a incapacidade total ou parcial da audição e da visão, que pode ser classificada em diversos graus, ou seja, a pessoa surdocega pode ver ou ouvir em pequenos níveis, dependendo do caso, não há necessariamente uma perda total dos dois sentidos.
Embora a surdocegueira possua duas deficiências associadas (a surdez e a cegueira) não se trata da somatória de ambas, é uma deficiência única que apresenta características peculiares, levando quem a possui, ter formas específicas de comunicação.
Acredita-se que cerca de 80 a 90% das informações são recebidas pelo ser humano visualmente ou auditivamente, assim sendo, a privação destes dois canais sensoriais provoca imensas dificuldades no acesso à informação e no desenvolvimento do ser humano, devido à falta de comunicação e de interação social. Também podemos refletir sobre os obstáculos e prejuízos causados no processo educacional, profissional e recreativo.
A comunicação é uma das principais barreiras encontradas pela pessoa que é surdocega, por este motivo o ensino de métodos de comunicação eficazes deverá ser priorizado, vale destacar que o tato desempenha um papel crucial na comunicação, constitui a via promissora no estabelecimento das interações com o ambiente.
Através de várias técnicas especiais o indivíduo surdocego pode restaurar ou adquirir a comunicação, tanto expressiva como receptiva.
Pode ser desenvolvido um trabalho com objetivo de habilitar ou reabilitar as pessoas surdocegas, para isto é necessário respeitar as diferenças individuais (espécie, grau e estágio da perda auditiva e visual). Este processo varia de acordo com a origem da deficiência (congênita ou adquirida) e está centrada principalmente na busca de meios alternativos de comunicação, possíveis para viabilizar sua evolução, autonomia e inclusão social.
As pessoas com essa deficiência precisam de apoio para compreender o que se passa ao seu redor, pois a comunicação ocorre de forma diferenciada, as possibilidades mais utilizadas atualmente são: movimentos corporais, expressão facial, desenhos, símbolos, objetos de uso cotidiano, alfabeto manual tátil (desenho de cada letra na palma da mão), língua de sinais tátil (conversação por sinais através do toque das mãos), tadoma (compreensão das palavras pela percepção da vibração da voz através de toque próximo dos lábios ou das cordas vocais) e sistema braille.
Podemos prever os impedimentos gerados na convivência com as diversidades advindas da deficiência quando não se tem apoio e ou respaldo adequado, para isso se faz necessário capacitar profissionais de diferentes áreas, principalmente: pedagogos, psicólogos, médicos e intérpretes, estes poderão facilitar a integração da pessoa surdocega com a sociedade e principalmente com seus familiares, que também necessitam de apoio, orientação e esclarecimento, tendo em vista que parte do sucesso de qualquer trabalho de reabilitação deve-se à participação efetiva da família.
Para serem eficazes os processos de inclusão social se faz necessário difundir os conhecimentos sobre a deficiência e estabelecer intervenções nas quais os objetivos estejam de acordo com as reais necessidades.
Algumas instituições têm propiciado oportunidades para reverter o processo de exclusão social, são responsáveis pela divulgação de novos métodos e técnicas educacionais; assim como a realização de conferências, simpósios, seminários, palestras, cursos e encontros de pessoas com surdocegueira, possibilitando o conhecimento da deficiência e dos avanços na tecnologia assistiva para uma vida mais independente, podendo assim reforçar as potencialidades do indivíduo.


Talita Cristina da Silva Oliveira
talita@clinicaequillybryo.com.br
www.clinicaequillybryo.com.br
(11) 2771-8729 / 8093-7362
Psicóloga - CRP: 06/95345

Nenhum comentário:

Postar um comentário