terça-feira, 22 de junho de 2010

Empregabilidade e Mercado de Trabalho de Pessoas com Deficiência

Por mais que a sociedade esteja lutando para que a pessoa com deficiência seja inserida e desfrute com igualdade dos mesmos direitos que as pessoas sem deficiência, ainda percebemos em pleno século XXI, na era da tecnologia e da inclusão social, que a maioria das pessoas ainda apresenta desinformação ou preconceito, procedente, em grande parte, das gerações passadas.

Durante nosso desenvolvimento, há aquisição de uma enorme carga de preconceito. Quando acontece a conscientização deste fato, tenta-se mudar, há um esforço em modificar o pensar e o agir, mas aqui ou acolá, observa-se um deslize, uma falha, revelando-se o que está intrínseco, escondido no mais oculto do aprendizado cultural.

Há algum tempo, quem atua junto ao segmento da pessoa com deficiência, busca sua inserção profissional e inclusão social, porém ainda ocorrem divergências entre a teoria e a prática. É preciso humanizar e sensibilizar a sociedade para o acolhimento das pessoas com deficiência, para serem vistos como seres humanos, com limitações, mas, assim como qualquer indivíduo, com potencialidades e dificuldades. Com isto, podemos evitar situações conflitantes e práticas discriminatórias.

Na área de trabalho, vale ressaltar a importância de mediadores de emprego que agem como facilitadores na construção de vínculos entre o profissional com deficiência e seus colegas de trabalho, auxiliando na compreensão sobre as diferenças e na convivência mútua. Servem de ponto de apoio na sensibilização dos colaboradores e gestores sem deficiência para não segregá-los, identificando suas habilidades e valorizando seu potencial. Desta forma, a contratação deixa de ser um mero cumprimento da Lei de Cotas.

A acessibilidade arquitetônica, por sua vez, exige uma atenção especial, afim de que as tarefas sejam executadas, avaliando-se o posto de trabalho e visando o desenvolvimento humano, como de qualquer outro profissional.

A sociedade carece de protagonistas que queiram enfrentar juntos o desafio de aumentar o número de pessoas com deficiência inseridas no mercado de trabalho e que estejam dispostos a executar mudanças fundamentais na Organização, implementar adaptações no ambiente, adaptar procedimentos e instrumentos de trabalho para garantir pleno acesso e ampla qualidade de vida.

Havendo a humanização no dia-a-dia, as próximas gerações estarão mais preparadas para lidar com as diferenças.

Talita Cristina da Silva Oliveira

talita@clinicaequillybryo.com.br
www.clinicaequillybryo.com.br
(11) 2771-8729 / 8093-7362
Psicóloga - CRP: 06/95345

Vigorexia

A Vigorexia ou Síndrome de Adônis caracteriza-se pela exagerada preocupação com a forma física. Pessoas acometidas desta síndrome, apresentam uma auto-imagem distorcida, mesmo fortes fisicamente, ao se vizualizarem em espelhos, por exemplo, se sentem fracos, de maneira similar aos acometidos de anorexia, que ao se verem, sempre consideram-se acima do peso.

As duas doenças promovem a distorção da imagem que os pacientes têm sobre si mesmos: os anoréxicos nunca se acham suficientemente magros, os vigoréxicos nunca se acham suficientemente musculosos. A vigorexia ocorre quando o volume e a intensidade dos exercícios físicos praticados excedem a sua capacidade de recuperação. São pessoas com exacerbada preocupação em ficarem fortes a qualquer custo, apesar dos portadores desse transtorno serem bastante musculosos, passam horas na academia malhando e ainda assim se consideram magros e até esqueléticos. Uma das observações psicológicas desses pacientes é que têm vergonha do próprio corpo, recorrendo assim aos exercícios excessivos e as “fórmulas mágicas” para acelerar o fortalecimento, somado à descontrolada ingestão de suplementos alimentares, estereóides e anabolizantes.

Tais indivíduos, além de perseguirem o volume muscular por todos os fins e com intensidade, passam também, correspondentemente, a apresentarem comportamento depressivo quando perdem volume muscular por algum motivo (uma infecção ou um acidente limitante do exercício ou alimentação, por exemplo), ou quando por algum fator não conseguem realizar o treino, chegam a sentirem-se culpados, mesmo que os empecilhos estejam relacionados a condições climáticas, físicas limitadoras ou mesmo inadequações circunstanciais do dia-a-dia.

Outros sintomas podem serem gerados em função do abuso de atividades físicas e alimentação desregular, tais como: lesões musculares, doenças cardíacas, renais e hepáticas, retenção de líquidos, insônia, maior susceptibilidade a infecções, fraqueza, fadiga e dores musculares persistentes, ritmo cardíaco elevado mesmo em estado de repouso, perda de apetite, desinteresse sexual e depressão, entre outros. A situação pode se agravar com o uso de anabolizantes para o aumento da massa corpórea, pois estes podem provocar problemas cardiovasculares, câncer de prostata e diminuição dos testículos. Além de tais prejuízos orgânicos, os vigoréxicos também podem apresentar sinais emocionais como sentimento de inferioridade, desmotivação, irritabilidade, etc.

Geralmente, a Síndrome de Adônis acomete predominantemente indivíduos do sexo masculino, entre 18 e 35 anos, mas em muitos casos os problemas que levam à obsessão pelo desenvolvimento dos músculos começam na puberdade, devido às crises de auto-estima e aceitação, por isso é fundamental orientar o jovem sobre a prática saudável de uma série de atividades, entre elas o esporte. Com o exercício físico, o jovem aprende a diferença entre procurar boa imagem de si mesmo, o que é satisfatório, e não a se prender a um determinado modelo sociocultural, que pode levar à frustração e se transformar em uma patologia.

O desejável ao ser humano moderno é estar moderadamente preocupado com seu corpo, sem que essa preocupação se converta numa obsessão. Não é saudável se submeter aos padrões impostos pelas revistas e pelas propagandas publicitárias, mas sim, estar satisfeito consigo mesmo, valorizar-se e aceitar-se como é.

Assim será evitada a escravização aos padrões de beleza física e a busca da “perfeição” que a sociedade tanto divulga, fatores estes que têm possibilidade de se converterem em autênticas doenças emocionais, acompanhadas de severa ansiedade, depressão, fobias e comportamentos compulsivos. É preciso estar atento para diagnosticar a vigorexia e ter cuidado para não categorizar as pessoas pelo simples fato da prática de exercícios e ou vaidade, pois as atividades orientadas por um profissional gabaritado, com indicação médica, terapêutica, recreativos e ou de condicionamento continuam sendo recomendados para manter a saúde e melhorar a qualidade de vida.

Para ser diagnosticada a síndrome é preciso considerar a existência de sofrimento significativo, decorrente da obsessão e insatisfação com o corpo, impedindo uma vida “normal”. Muitas vezes abandonam suas atividades e se isolam em academias dia e noite, se pesam várias vezes por dia e realizam contínuas comparações com outros companheiros de academia.

Ao identificar um vigoréxico, o psicólogo pode aplicar medidas que fazem com que o indivíduo se conscientize que a preocupação com o corpo é bem vinda, mas a demasia é prejudicial.

O tratamento psicológico obterá melhor resultado se houver acompanhamento e orientação médica e nutricional, para proporcionar uma balanceada alimentação e desintoxicação de produtos nocivos, como anabolizantes e esteróides. É recomendado que a atividade física não seja eliminada, mas é preciso reduzir gradativamente o tempo e intensidade dos exercícios. Resgatar a auto-estima é fundamental para a pessoa com esta síndrome. Trata-se de recuperar a imagem, modificar o comportamento e sentimentos para adquirir uma nova percepção de si mesmo.

Talita Cristina da Silva Oliveira
talita@clinicaequillybryo.com.br

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Anorexia Alcoólica

Antes de ser abordado pela nova novela “Viver a Vida”, a anorexia alcoólica era uma doença pouco conhecida no Brasil.

A anorexia alcoólica, conhecida por drunkorexia ou alcoorexia, também é chamada de ebriorexia e designa a junção de sintomas mistos de duas patologias graves: a anorexia e o alcoolismo.
Geralmente quem sofre de ambas as doenças são mulheres com idade aproximada entre vinte e quarenta anos.

É característica da drunkorexia a substituição de alimentos pela ingestão da bebida alcoólica. Geralmente as pessoas têm o hábito de realizar esta troca porque o álcool reduz o apetite, tendo como objetivo o emagrecimento e ou sentir o prazer que o álcool proporciona, além de transmitir uma imagem de independência perante o grupo.

As conseqüências por sua vez são destrutivas, pois a anorexia é um distúrbio alimentar que causa desnutrição em pessoas que têm problemas de aceitação da própria imagem, enquanto o alcoolismo diminui a vitalidade das pessoas, impedindo que o organismo absorva vitaminas.

A combinação álcool e anorexia pode ser fatal, já que seus efeitos são extremamente nocivos ao organismo. Doses elevadas de bebidas aliadas a não ingestão de alimentos pode levar, em pouco tempo, a um quadro de intoxicação grave e até provocar coma alcoólico.

Outra possível conseqüência é gerar sintomas da depressão, desânimo e baixa autoestima. Com a freqüente ingestão de bebida isto tende a piorar, considerando que o álcool diminui a serotonina do organismo, hormônio que previne a depressão.

Esta patologia tão recente pode ser fruto da ditadura da moda, que tem como exigência o padrão de uma “sociedade magra”, principalmente entre o gênero feminino que relaciona beleza aos poucos quilos distribuídos no corpo. Para se adequar a este modelo de beleza, as mulheres doentes estão restringindo a absorção das calorias necessárias que o organismo precisa, com o intuito de obter ou manter o “corpo ideal”. Assim como a personagem Renata interpretada pela atriz Bárbara Paz, na novela da Rede Globo, muitas vezes não percebe a gravidade ou até mesmo apresenta resistência diante do fato, preferindo acreditar que o álcool age como um anestésico as emoções negativas, reduzindo o estresse, afim de simplesmente “esquecer” determinados fatos.

Apesar de estas doenças serem devastadoras ao ser humano, a alcoorexia, assim como qualquer outro transtorno alimentar pode ter cura, conforme a aderência e comprometimento do paciente ao tratamento.

É indicado que seja tratada com psicoterapia e medicamentos por uma equipe multidisciplinar, incluindo nutricionista, psicólogo, psiquiatra e endocrinologista. Grupos de auto-ajuda como Alcoólicos Anônimos, também poderão ser úteis na recuperação de pacientes com este quadro. Alguns casos poderão necessitar de internação conforme o grau de dependência do álcool e seqüelas apresentadas.

O número de dependentes de álcool e pessoas com transtorno alimentar está aumentando significativamente. É importante que a família fique atenta ao comportamento e aos sintomas para incentivar e convencer o possível paciente de que ele precisa de ajuda, além de não deixar de buscar auxílio de profissionais previamente.

Talita Cristina da Silva Oliveira
talita@clinicaequillybryo.com.br

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