segunda-feira, 15 de março de 2010

O Impacto do diagnóstico de câncer para o Adolescente


A palavra Adolescência vem do latim, que significa crescer para a vida. Entretanto crescer para vida não é passar pela fase primária e secundária do ensino, mas, uma forma de delimitar o período que existe entre a infância e a vida adulta. O adolescente está se integrando no mundo adulto, ele está em busca de sua identidade adulta.

Pensando em adolescência, fase em que geralmente imaginamos um indivíduo em perfeitas condições de saúde, receber o diagnóstico de uma doença grave certamente é uma das mais dolorosas experiências que pode ser vivida. Especificamente o diagnóstico de câncer, torna-se mais pesado lembrando que em nossa sociedade ele muitas vezes ainda é considerado um suposto atestado de óbito. O processo de perda se inicia a partir da confirmação da doença, pois há uma associação direta com a idéia de morte. Para quem está a procura de um futuro, onde o que importa é a felicidade, receber este diagnóstico, é se deparar com um futuro vazio, e um presente estacionado, é sentir-se sozinho e confuso.

A confirmação de um diagnóstico tão cruel pode levar o jovem a caminhos como a surpresa atônita, ou o permanecer mudo por um longo período. Sendo possível também prejudicar o desenvolvimento de uma auto-imagem adequada, porque ocorre uma preocupação normal na adolescência que se refere às mudanças corporais. Devido ao tratamento sua imagem corporal pode ser afetada fisicamente, tornando-o menos atraente. Os relacionamentos sofrem mudanças, sendo natural surgir uma insegurança em relação à auto-imagem. A identidade pessoal também é afetada, porque, se perde o sentido de continuação histórica, uma vez que a perspectiva de futuro acaba sendo um fator de estresse, estando sua própria mortalidade ligada à sobrevivência do seu futuro.

É indiscutível o prejuízo causado pelas expectativas negativas, visto que as crenças preconcebidas existentes na sociedade e no campo médico, em relação ao câncer, causam malefícios diretos ao paciente. Na adolescência é indispensável o contato com os amigos, porém este contato sofre grandes modificações, por conta de um paradoxo entre o desejo do contato e o afastamento inevitável.

Portanto, se faz necessário um apoio familiar, dos amigos próximos quando isso é consentido pelo adolescente e sem dúvida um apoio psicológico. Para que dessa forma eles possam lutar pela cura quando a mesma ainda é possível, ou possam dar valor a sua qualidade de vida, mesmo quando as chances de cura são mínimas.

Quanto ao apoio psicológico, é de extrema importância tanto aos pacientes quanto aos familiares. Ajuda-os a lidar com os efeitos colaterais do tratamento e seus impactos do dia-a-dia. Tais preocupações trazem à tona a questão da qualidade de vida dos pacientes oncológicos, o interesse por seu bem-estar físico, psicológico e social. Faz-se então necessária a utilização de diferentes procedimentos de intervenção de natureza psicossocial.

Daniela Aparecida Chagas
daniela@clinicaequillybryo.com.br
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sexta-feira, 12 de março de 2010

O Cuidador e a Doença de Alzheimer


Quando os familiares recebem o diagnóstico do Alzheimer ocorre um impacto emocional e poucas destas famílias estão preparadas para a responsabilidade e a sobrecarga que é cuidar de um idoso com Doença de Alzheimer (DA). Na maioria das vezes, os cuidadores também necessitam de ajuda. É preciso adquirir conhecimento sobre as especificidades da doença e receber treinamento sobre como cuidar da pessoa com Alzheimer. Também se faz necessário ter acompanhamento psicológico, ajuda de instituições públicas e/ou privadas, divisão e distribuição de tarefas e de responsabilidades relacionadas ao cuidar com outros familiares ou profissionais e, principalmente, reconhecimento do seu papel, pois muitas vezes o cuidador abre mão da sua vida para cuidar do idoso.

A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência e ocasiona perdas irreparáveis na memória. Por ser uma doença neurodegenerativa, o Alzheimer acomete neurônios de diversas regiões cerebrais. Por isso, os indivíduos afetados não sofrem apenas com problemas de memória, mas também com outros distúrbios cognitivos que afetam a fala, a capacidade de concentração, de orientação espacial, de raciocínio e cálculo, além da perda da capacidade de adaptação a novas situações.

As pessoas com demências apresentam inicialmente problemas com sua memória recente e posteriormente na memória mais antiga. À medida que o tempo passa, necessitam de ajuda para desempenhar mesmo as tarefas básicas diárias, incluindo lavar-se, vestir-se e comer.

Na fase inicial, caracterizada por perdas de memória recente, esquecem coisas que acabaram de dizer ou fazer, mesmo que com freqüência possam lembrar com clareza de eventos que aconteceram há muitos anos. Elas podem apresentar dificuldade em encontrar as palavras, para aprender e reter informações novas e para realizar atividades comuns da vida diária. O idoso neste ciclo pode esquecer onde colocou objetos pessoais, datas, se perder em locais estranhos e posteriormente não reconhecer trajetos costumeiros.

Durante a fase intermediária ocorre o agravamento dos sintomas. O indivíduo fica incapaz de absorver novas informações, tem dificuldade para ler, escrever, além de apresentar movimentos e falas repetitivas e às vezes sem coerência. Pode apresentar também falhas de memória mais acentuadas e maior confusão, inquietação, dificuldade de reconhecer familiares e amigos, problemas com a linguagem, com o pensamento lógico, com a percepção e alterações nos relacionamentos sociais.

Na fase avançada geralmente o paciente torna-se um indivíduo com semblante apático, perde peso e apresenta total deterioração intelectual e motora. Neste estágio, o idoso apresenta dificuldade até de saber quem é; a linguagem e a comunicação são afetadas; há oscilações de humor com apatia e irritabilidade, agitação, dificuldade de deglutição, tônus muscular aumentado e podem ocorrer convulsões. Nem todos os pacientes apresentam esta seqüência de estágios e há uma grande variação na velocidade de progressão da enfermidade.

No decorrer da doença o idoso vai perdendo a capacidade de gerenciar a sua própria vida, portanto passa a ser essencial a presença de um cuidador. No início da doença o cuidador precisa apenas gerenciar tarefas simples, mas com o avanço do Alzheimer a necessidade da presença constante de um cuidador torna-se inevitável.

Talita Cristina da Silva Oliveira
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Psicóloga - CRP: 06/95345

O Envelhecer - Da Percepção a Sensação


Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos próximos 20 anos, uma população idosa do Brasil PODERÁ Ultrapassar 30 milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da população total do Brasil. Esse aumento na expectativa de vida do brasileiro será algo muito impactante em muitos setores, como a educação, cultura, transporte público, saúde pública e privada turismo, previdência social, etc.

Apesar de o envelhecimento ser algo que acontece durante toda a nossa existência, uma palavra envelhecer ainda hoje é vista de forma pejorativa, uma vez que nossa sociedade ainda vincula adoecer com envelhecer, esmorecer, retroceder, estar perto da morte, dentre outras percepções negativas.

Precisamos urgentemente mudar esse estigma, pois imagine daqui a 20 anos, 13% da população se sentindo e funcionalidade sem / ou como um apêndice para uma sua família e sociedade.

O envelhecimento faz parte do ciclo vital e é essencial para o nosso desenvolvimento.

Em todas as fases da vida e temos perdas e ganhos com a terceira idade não é diferente. Perde-se tônus muscular, mas se ganha em sabedoria, perdemos uma jovialidade, mas aprendemos a ser pacientes e protagonistas da nossa própria história.

Vale eeforçar que muitos idosos hoje em dia exercerem atividades tais como a de tomar conta de casa, dos netos, além de prover o sustento do grupo familiar. Apesar de não rendosas, essas tarefas possuem valor econômico para uma sociedade e categorizações o idoso como um sujeito seja funcional, ou, contribuindo efetivamente para uma coletividade.

Com passar dos anos, uma sociedade se encarregou de adotar vários tipos de NOMENCLATURAS para definir os idosos, tais como: "Jovens da Terceira Idade", "melhor idade", dentre outras, assim como criar novas formas de socialização oferecida aos idosos: Universidade da Terceira Idade, Clubes da Nova Idade, enfim, aumentando a gama de opções para que essa faixa-etária e interaja continuar ativa e integrada socialmente.

Percebo também uma atuação da mídia, tirando o rótulo que antes tinha ajudado um colocar nos idosos. Um exemplo recente foi à criação de uma minissérie que como protagonistas principais possuem idade igual ou superior a 50 anos e que não lembravam nem de longe como características colocamos que no início deste artigo.

É claro que não devemos modelo substituir um pelo outro e, sim criar o nosso próprio.

Utilizando nossas características, conhecimentos, habilidades, beleza e principalmente a sabedoria ea jovialidade de ser idoso.

Quem foi que disse que não se pode envelhecer com um sorriso de dever cumprido e com uma jovialidade de querer aprender mais, podendo multiplicar para os outros tudo o que se sabe.

Como diria Saint Exupéry: "Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."

Solange Alves de Oliveira Silva
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A AIDS em Pessoas Idosas


O vírus da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é conhecido como HIV e encontra-se no sangue, no esperma, na secreção vaginal e no leite materno das pessoas infectadas.

Após o contágio, a doença pode demorar até dez anos para se manifestar. Por isto, a pessoa pode ter o vírus HIV em seu corpo, mas ainda não ter AIDS.

Diversas faixas etárias são atingidas pela doença, sendo observada ao longo da epidemia do vírus HIV, considerável elevação da incidência de pacientes com mais de 50 anos, tanto homens como mulheres.

Em nosso país este grupo etário, já é rejeitado, independente de se ter ou não saúde, esta exclusão aumenta se considerarmos um idoso doente.

Infelizmente a AIDS ainda é uma doença incurável e que ameaça a vida, mas o acompanhamento médico e outras formas de tratamentos com anti-retrovirais (ARVs), popularmente conhecido como “coquetéis”, conseguem inibir a proliferação do HIV no sangue e evitar o enfraquecimento do sistema imunológico, ação importante para aumentar o tempo de vida das pessoas contaminadas.

As principais dificuldades encontradas para tratar estes pacientes são: falta de apoio e abandono dos familiares, discriminação da sociedade e desconhecimento ou resistência à adesão do tratamento, podendo resultar no afastamento do meio social e até mesmo familiar; postura que muitas vezes é adotada e escolhida pelo próprio paciente, que busca se resguardar frente a estas adversidades.

Os idosos que se deparam com a doença tendem ao isolamento. Enquanto podem, escondem o diagnóstico da família, dos vizinhos e dos chefes. Ainda não estão articulados em grupos de auto-ajuda, nem dispõem de ambulatórios especializados em lidar com a complexa experiência de envelhecer com AIDS. Raramente têm com quem dividir inseguranças e abominam ser alvo de discriminação.

A dificuldade em aceitar esta condição pode estar ligada ao medo que as pessoas têm de contrair o HIV, gerando então o distanciamento do infectado, principalmente quando se trata de um idoso contaminado através de relação sexual, pois a concepção arraigada na sociedade é de uma população idosa assexuada, fator que contribui para manter desassistida esta parcela da população.

Vale ressaltar, o quanto tem crescido a longevidade sexual da população idosa, a responsabilidade por isto se deve em parte, à difusão dos remédios para disfunção erétil que melhoram o desempenho sexual, aumentam a qualidade e a freqüência das relações. No entanto, as drogas contra impotência não podem ser diretamente responsabilizadas pelo avanço da epidemia na maturidade. O problema é que a mensagem do sexo sem limitações não vem acompanhada de educação para o uso da camisinha. Refletir sobre a desproteção e os obstáculos quanto ao uso da camisinha, nos faz pensar no futuro e conseqüentemente na elevação das estatísticas de HIV/AIDS.

Os homens tendem a não utilizar o preservativo porque temem perder a ereção e ainda acham que o cuidado só é necessário nas relações com prostitutas. É importante lembrar que o preservativo, para este grupo etário, por se tratar de artefato pouco utilizado ao longo de suas vidas e acaba por configurar dificuldade técnica na sua utilização.

É preciso quebrar os tabus culturais para gerar mudanças e conscientizar os idosos da importância da prevenção, pois a falta de informação contribui para esse número ser crescente, portanto, a prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) precisa ser intensificada.

Normalmente os mais velhos sabem muito menos sobre o HIV/AIDS e Doenças Sexualmente Transmissíveis do que os grupos etários mais jovens, porque os idosos têm sido negligenciados pelos responsáveis pela educação e prevenção, em relação a elaboração de mensagens educativas a respeito desta doença.

Não é fácil mudar as concepções das pessoas idosas, principalmente no tocante as suas crenças e suas atitudes. Contudo é possível mudar este quadro, através de políticas públicas de saúde claras e eficientes, que compreendam a magnitude e a transcendência do problema e que direcionem a prevenção em relação à contaminação pelo HIV/AIDS, especialmente aos idosos, enfatizando a vivência saudável e plena da sexualidade na terceira idade, eliminando mitos e preconceitos.

Os pacientes soropositivos, não devem apenas receber a medicação, mas devem ser tratados por uma equipe multidisciplinar, inclusive com suporte psicológico e social. Devem merecer atendimento digno, respeitoso e acolhedor, garantindo dessa forma, o cumprimento de seus direitos humanos constitucionais de cidadãos e acima de tudo de seres humanos.

A proposta para diminuir o número de infectados é incluir os idosos entre os grupos que precisam de atenção especial quanto à prevenção – juntamente com homossexuais, prostitutas, dependentes de drogas injetáveis e jovens heterossexuais que estão iniciando a vida sexual.

Ações como campanhas publicitárias, palestras, dinâmicas interativas para conhecimento do corpo, esclarecimento de dúvidas sobre sexualidade, além da distribuição de folhetos explicativos, cartilhas, cartazes e preservativos, ensinando lhes a maneira correta de colocá-los, são sugestões para atingir este grupo. Vale ressaltar a importância de uma linguagem diferenciada, para conseguir atingir uma população que não está acostumada ao uso do preservativo e se sente imune aos riscos da contaminação.

Talita Cristina da Silva Oliveira
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