sexta-feira, 12 de março de 2010

O Cuidador e a Doença de Alzheimer


Quando os familiares recebem o diagnóstico do Alzheimer ocorre um impacto emocional e poucas destas famílias estão preparadas para a responsabilidade e a sobrecarga que é cuidar de um idoso com Doença de Alzheimer (DA). Na maioria das vezes, os cuidadores também necessitam de ajuda. É preciso adquirir conhecimento sobre as especificidades da doença e receber treinamento sobre como cuidar da pessoa com Alzheimer. Também se faz necessário ter acompanhamento psicológico, ajuda de instituições públicas e/ou privadas, divisão e distribuição de tarefas e de responsabilidades relacionadas ao cuidar com outros familiares ou profissionais e, principalmente, reconhecimento do seu papel, pois muitas vezes o cuidador abre mão da sua vida para cuidar do idoso.

A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência e ocasiona perdas irreparáveis na memória. Por ser uma doença neurodegenerativa, o Alzheimer acomete neurônios de diversas regiões cerebrais. Por isso, os indivíduos afetados não sofrem apenas com problemas de memória, mas também com outros distúrbios cognitivos que afetam a fala, a capacidade de concentração, de orientação espacial, de raciocínio e cálculo, além da perda da capacidade de adaptação a novas situações.

As pessoas com demências apresentam inicialmente problemas com sua memória recente e posteriormente na memória mais antiga. À medida que o tempo passa, necessitam de ajuda para desempenhar mesmo as tarefas básicas diárias, incluindo lavar-se, vestir-se e comer.

Na fase inicial, caracterizada por perdas de memória recente, esquecem coisas que acabaram de dizer ou fazer, mesmo que com freqüência possam lembrar com clareza de eventos que aconteceram há muitos anos. Elas podem apresentar dificuldade em encontrar as palavras, para aprender e reter informações novas e para realizar atividades comuns da vida diária. O idoso neste ciclo pode esquecer onde colocou objetos pessoais, datas, se perder em locais estranhos e posteriormente não reconhecer trajetos costumeiros.

Durante a fase intermediária ocorre o agravamento dos sintomas. O indivíduo fica incapaz de absorver novas informações, tem dificuldade para ler, escrever, além de apresentar movimentos e falas repetitivas e às vezes sem coerência. Pode apresentar também falhas de memória mais acentuadas e maior confusão, inquietação, dificuldade de reconhecer familiares e amigos, problemas com a linguagem, com o pensamento lógico, com a percepção e alterações nos relacionamentos sociais.

Na fase avançada geralmente o paciente torna-se um indivíduo com semblante apático, perde peso e apresenta total deterioração intelectual e motora. Neste estágio, o idoso apresenta dificuldade até de saber quem é; a linguagem e a comunicação são afetadas; há oscilações de humor com apatia e irritabilidade, agitação, dificuldade de deglutição, tônus muscular aumentado e podem ocorrer convulsões. Nem todos os pacientes apresentam esta seqüência de estágios e há uma grande variação na velocidade de progressão da enfermidade.

No decorrer da doença o idoso vai perdendo a capacidade de gerenciar a sua própria vida, portanto passa a ser essencial a presença de um cuidador. No início da doença o cuidador precisa apenas gerenciar tarefas simples, mas com o avanço do Alzheimer a necessidade da presença constante de um cuidador torna-se inevitável.

Talita Cristina da Silva Oliveira
talita@clinicaequillybryo.com.br
www.clinicaequillybryo.com.br
(11) 2771-8729 / 8093-7362
Psicóloga - CRP: 06/95345

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